A semente da Mudança de hábitos.
Há quatro anos São Paulo comemora seu aniversário com um mega passeio ciclístico, o World Bike Tour, e todos esses anos eu choro de emoção ma hora H da largada. A imagem da ponte Octávio Frias de Oliveira, a ponte estaiada sobre o rio Pinheiros, coalhada de ciclistas por si só já emociona, mas o que toca fundo é vivenciar a emoção de cadeirante e deficientes visuais girando bicicletas especiais que lhe são doadas. Como expressar a emoção de um cego pela primeira vez sente o ventinho no rosto, auxiliado por um ciclista que vai a frente em uma bicicleta de dois lugares? Também eles choram. Os cadeirantes, por sua vez, tracionam com as mãos suas "handbikes" e revivem a liberdade de ir e vir, liberdade esta que muitas vezes foi tolhida em acidentes estúpidos de carro ou tentativas de latrocínio a tiros. Cada um deles tem uma história e todos não cabem em si de tanta felicidade. Eu choro. O World Bike Tour é um presentão para São Paulo.
Voltando a imagem da ponte estaiada ocupada por 8 mil bicicletas, só isso é quebra de paradigmas. O cartão postal da cidade custou 300 milhos de reais e por ela só passam carros. Isso pode até parecer normal, mas eu lhe pergunto se é justo um investimento dessa ordem excluir pedestres, ciclistas e transporte público? Se você me responder que na marginal não dá para rodar bicicleta ou a pé, é fato. Mas porque a ponte não liga, além das avenidas, ciclovias, e calçadas para os cidadãos andarem nas duas margens do rio com segurança? A resposta é porque a cidade está toda desenhada para a circulação de carros e não de pessoas.
Os transeuntes pode estar a pé, de bicicleta, de cadeira de rodas, em carrinhos de bebês, sk8, transporte público e até em carros particulares, entende? O que não "estão" motoristas estão excluídos. Um motorista quando está a pé está igualmente excluído.
Nó últimos 100 anos, as cidades do mundo foram tomadas por automóveis e os investimentos foram canalizados para avenidas, pontes e viadutos. No Brasil, o transporte público foi negligenciado, as ferrovias sucateadas e perdemos qualidade de vida. As grandes cidades ficaram congestionadas, poluídas, inseguras e desagradáveis de se caminhar. O cidadãos sedentários e escravos dos carros. Nossas crianças não podem sequer caminhar atá as escolas.
Em São Paulo, 2 pedestres morrem atropelados por dia e outros 12 cidadãos se vão em decorrência da poluição. Somando os custos de internação, mortalidade e expectativa de vida, o prejuízo estimado pelo prof.doutor Paulo Saldiva é de 1 bilhão e quinhentos milhões dólares ao ano.
É "normal" ficarmos 2 horas por dia dentro de um carro; é normal um trabalhador ficar de 3 a 5 horas dentro de um transporte público caro e ruim. É muito dinheiro jogado fora e não temos mais tempo para lazer. Fica fácil entender por que eu abandonei o carro na década de 70 e desde então só vou de bicicleta, tanto em São Paulo quanto em qualquer parte do mundo. Então, quando eu pedalo em São Paulo pela marginal do rio Pinheiros quero mesmo chorar de tanta alegria! E o riso está estampado na cara de cada um dos 8 mil ciclistas que participam do World Bike Tour! É lindo demais!
Todos ganham um kit de acessórios, a camiseta do evento, mais a bicicleta. É mesmo um presentão de aniversário da cidade, 8 mil novas bicicletas que entram em circulação nas ruas. Isso ajuda a estimular as pessoas a deixar os carros em casa e experimentar ir de bicicleta, nem que seja até a padaria, a cinco quarterões de casa! Para isso, distâncias curtas, a bicicleta é imbatível. Todos reclamam dos congestionamentos, e com razão, mas é preciso deixar os carros em casa para o trânsito melhorar.
Exemplos que deram certo
As soluções adotadas nos Estados Unidos, Canadá, Colômbia, Chile, Argentina e nos países da Europa passam por priorizar e integrar todos modais de transporte público, retirar carros de circulação, dar segurança a pedestres e ciclistas e oferecer bicicletas compartilhadas a custo zero para que as pessoas se locomovam rapidamente em distâncias de até 6 Km, sem poluir, onerar o transporte público ou mesmo congestionar. Assisti a completa transformação de Paris, Nova Iorque, Barcelona, Milão e até do Chile em apenas 5 anos. A curtíssimo prazo o investimento se paga e todos saem ganhando, em especial idosos, crianças e deficientes.
A chave da solução é somar uma boa estrutura cicloviária ao transporte público de qualidade! A população agradece. As pessoas só vão pedalar quando sentirem-se seguras e está provado que, quanto mais bicicletas nas ruas, mais seguro é pedalar. O processo é uma bola de neve.
São Paulo deu um enorme salto na primeira edição do World Bike Tour, no dia 25 de janeiro de 2009. O evento foi televisionado ao vivo para todo o Brasil e foi marco da invasão das bicicletas, uma festa.
Depois de se alastrar pela marginal do rio Pinheiros, os ciclistas chegaram a Cidade Universitária, e nessa mesma tarde de muito sol, em todos os cantos da cidade, via-se grupos de ciclistas pedalando despretensiosamente, ocupando silenciosamente o espaço que nos é de direito, as ruas.
É "normal" ficarmos 2 horas por dia dentro de um carro; é normal um trabalhador ficar de 3 a 5 horas dentro de um transporte público caro e ruim. É muito dinheiro jogado fora e não temos mais tempo para lazer. Fica fácil entender por que eu abandonei o carro na década de 70 e desde então só vou de bicicleta, tanto em São Paulo quanto em qualquer parte do mundo. Então, quando eu pedalo em São Paulo pela marginal do rio Pinheiros quero mesmo chorar de tanta alegria! E o riso está estampado na cara de cada um dos 8 mil ciclistas que participam do World Bike Tour! É lindo demais!
Todos ganham um kit de acessórios, a camiseta do evento, mais a bicicleta. É mesmo um presentão de aniversário da cidade, 8 mil novas bicicletas que entram em circulação nas ruas. Isso ajuda a estimular as pessoas a deixar os carros em casa e experimentar ir de bicicleta, nem que seja até a padaria, a cinco quarterões de casa! Para isso, distâncias curtas, a bicicleta é imbatível. Todos reclamam dos congestionamentos, e com razão, mas é preciso deixar os carros em casa para o trânsito melhorar.
Exemplos que deram certo
As soluções adotadas nos Estados Unidos, Canadá, Colômbia, Chile, Argentina e nos países da Europa passam por priorizar e integrar todos modais de transporte público, retirar carros de circulação, dar segurança a pedestres e ciclistas e oferecer bicicletas compartilhadas a custo zero para que as pessoas se locomovam rapidamente em distâncias de até 6 Km, sem poluir, onerar o transporte público ou mesmo congestionar. Assisti a completa transformação de Paris, Nova Iorque, Barcelona, Milão e até do Chile em apenas 5 anos. A curtíssimo prazo o investimento se paga e todos saem ganhando, em especial idosos, crianças e deficientes.
A chave da solução é somar uma boa estrutura cicloviária ao transporte público de qualidade! A população agradece. As pessoas só vão pedalar quando sentirem-se seguras e está provado que, quanto mais bicicletas nas ruas, mais seguro é pedalar. O processo é uma bola de neve.
São Paulo deu um enorme salto na primeira edição do World Bike Tour, no dia 25 de janeiro de 2009. O evento foi televisionado ao vivo para todo o Brasil e foi marco da invasão das bicicletas, uma festa.
Depois de se alastrar pela marginal do rio Pinheiros, os ciclistas chegaram a Cidade Universitária, e nessa mesma tarde de muito sol, em todos os cantos da cidade, via-se grupos de ciclistas pedalando despretensiosamente, ocupando silenciosamente o espaço que nos é de direito, as ruas.